[Você pode ler este texto ao som dessa versão fofa de Mr. Brightside]
Nem sempre vai dar pra ligar pra sua melhor amiga contando que casou com o tal cara da barraquinha de hot dog que você conheceu em Curitiba. Nem sempre vai dar para planejar uma vida ao lado da guria que você conheceu no Tinder e que te levou pra aquele samba em Santa Tereza onde você viu a cidade de cima pela primeira vez.
Nem sempre vai ser do jeito como você está acostumado. Às vezes vai durar uma tarde ensolarada na Avenida Paulista fechada enquanto uma banda fantasiada de panda toca Mr. Brightside. Vai durar uma rapidinha no seu quarto do intercâmbio porque vocês dois têm que pegar um vôo para cada lado do oceano e só têm cinquenta minutos para extravasar a vontade de morar no outro. Vai durar a festa de Réveillon mais doida pra qual você já foi convidado em Florianópolis, enquanto seu celular descarrega e você se lembra de que não pediu o telefone dele.
Nem toda pessoa incrível que cruza com a gente vai durar o tempo de uma vida inteira. De vez em quando, nós vamos encontrar amores espalhados pelo mundo, gente com quem a alma sorri junto, que tem cheiro de pão de queijo e café coado na fazenda, que parece um daqueles confortáveis travesseiros da Nasa quando a gente deita a cabeça neles.
Nem todo mundo que a gente encontra vai passar por aquelas conhecidas fases de início, meio e fim. Tem gente que se finda no mesmo dia, tem gente que ainda demora um pouquinho pra ir embora. Nós mesmos vamos embora daqui a pouquinho – e isso não é algo necessariamente negativo. São bons encontros de alma.
É gente que arrebata a gente. Gente que deixa uma marca bonita nos 365 dias de algum ano, que faz você se sentir mais vivo só de ter passado pela vida dele. Gente que vai deixar uma pulga atrás da nossa orelha quando nos perguntarmos “e se…”
E você não precisa se desesperar porque deixou essa pessoa escapar pelos dedos. Ela não é a primeira, não vai ser a última também. Nem todo mundo que passa pela nossa vida tem que ficar. Eu demorei um pouquinho para entender isso e me desprender da ideia de que eu perdi a chance de conhecer alguém maravilhoso. Eu conheci. Eu beijei. Eu abracei. Eu tive a tal pessoa na minha vida o tempo suficiente que ela precisava ter para marcar. Eu segui em frente depois dela até encontrar a próxima grande pessoa da minha vida, que talvez fosse feita para ficar.
É uma forma menos melodramática de enxergar alguns amores passageiros: não foi perda, foi encontro. Repentino, assustador, brutal, feliz, cheio de aventuras. Como um sonho bom tem que ser.
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