Eu não posso te querer


[Você pode ler este texto ao som de Don’t Forget About Me]

E mesmo que cada fibra do meu corpo queira você,
Eu não vou.

Não vou por que eu não posso. Por que nosso tempo passou. Por que, talvez, você não seja meu cais. E olha, não foi fácil aceitar isso. Talvez eu ainda não acredite tanto assim, mas sabe, às vezes se eu repetir isso vezes demais, fica marcado.

Como você ficou.

E por mais que você me empurre para longe,
Seus olhos tentam me puxar para perto. E cada um daqueles toques secretos que ninguém vê, eu sinto. Cada uma daquelas brincadeiras sem nexo, eu entendo. E cada desejo seu, eu atendo.

E mesmo quando você me diz para ir embora,
Você me puxa. E quando você me diz que se cansou, minhas mãos passeiam em você numa massagem inocente e indecente. Quase desesperada para tocar mais de você, mais uma parte, mais um pedaço que, por uma fração de segundo, é meu.

E mesmo que sem se esforçar você me deixa como bem entende,
Eu tento teimar. Tento desviar, tento escapar. Finjo que não é comigo. Não vi, não ouvi. Não senti. Não sinto. Não sei. Não é. Não quero.

Quero. É, eu sinto. Eu sei. Eu ouvi. Eu vi.
Eu senti tudo. Eu senti tanto…

E mesmo que cada fibra do meu corpo queira você,
Eu não vou.
Eu não preciso ir. Eu estou.
E eu sou.

Sou tudo o que você quiser que eu seja.
Menos seu.

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