O problema com os primeiros amores é a fatalidade.
É a forma insana que acontece.
É o acontecimento insano que transforma tudo.
Você pode ser definido como A.A e D.A. E aí você pode considerar como Antes de Amar e Depois de Amar, mesmo que às vezes isso te leve para os Alcoólicos Anônimos ou para os Doentes de Amor. De qualquer forma, o que fica são as marcas.
Nem sempre são visíveis, mas elas sempre existem. Tenho certeza. Não existe uma pessoa sequer que não tenha sido envolvida, transformada e marcada.
O problema com os primeiros amores é essa pequena regra.
Você pode entrar no clube. Você pode falar do clube. Mas você não sai do clube sem ser afetado. E depois de afetado, essa marca você tem que carregar.
É a marca de quem amou.
Uma vez li algo que dizia que “amar é destruir, e ser amado é ser destruído”. Essa citação me caiu como uma luva – pessimista que sou, marcado que fiquei.
Acontece que depois de amar, você nunca mais pensa, age ou sente como antes. E não, isso não é um problema. O problema é saber lidar, para então alcançar seu novo “você-tocado-pelo-amor”.
Isso não é tarefa fácil, por que no Clube do Amor não há manual. Nem mapa.
Você pode se perder, você pode quebrar as peças e não conseguir consertar. Você pode perder o jogo.
E ninguém sabe jogar. Ninguém sabe o que fazer com a primeira derrota. Ninguém sabe como achar o caminho de volta.
Mas se tem uma coisa que é quase regra fixa, é que o primeiro amor não fica.
Não tem jeito, ele parece feito para não ficar. E, por isso, o problema com os primeiros amores é a fatalidade.
É que tem coisas que nascem para não ir adiante, são feitas para não darem certo. Acontecem com data de validade, mas acabam sem aviso prévio.
Mesmo assim, para você que ler, eu aviso previamente: Não corra.
Não há escapatória. E podem ser os melhores dias da sua vida. Seu primeiro amor pode ser uma das coisas que vai te fazer mais feliz na vida. E mais triste também. Vai te elevar e te levar a infernos que você duvidava existir. Mas é inevitável. E delicioso. Marcante.
Não há antídoto.
O problema com os primeiros amores é a beleza e o poder de nos envolver completamente. É o poder de transformar nossa vida.
O primeiro amor é a tatuagem que a vida faz na gente. Nem sempre a gente gosta daquela tatuagem. Talvez, a gente se arrependa depois. Alguns, só explicam que estavam bêbados na hora, ou “viram um desenho que acharam bonito e fizeram depois”. Mas tem quem goste da que fez. E diz que não faria atualmente, mas na época combinou.
E guarda as histórias pra contar.
Guarda a dor que sentiu.
Exibe na pele o que o amor marcou.
E nunca se tem intacto como antes.
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