Não faça nada que você não queira fazer


Eu adoro falar de sexo (“Jura? Nunca iria imaginar, Andréa”). Adoro descobrir coisas novas, conversar com pessoas sobre isso, pesquisar (e testar) bizarrices, conhecer lugares que “abordem o tema”. Amo quando tenho que arrumar casais “cobaias” para testarem posições malucas. Adoro. Amo. Mas não espero que ninguém seja como eu.

Não espero convencer ninguém a ir numa casa de swing. Acha que é sujo, coisa de gente depravada? Beleza, não se fala mais nisso. Boate de strip você acha que não é lugar de gente de respeito? Ótimo. Não estava te convidando mesmo. Morre de nojo de motel? Sem problemas. Faça sexo sempre em casa na segurança dos seus lençóis lavados com Omo. Vai ser gostoso do mesmo jeito.

Por mais que eu goste de falar sobre esse tema e seu extenso universo, sempre vou entender que as pessoas têm seus limites. Eu, inclusive, também tenho os meus. Só que eu sou apenas uma colunista e isso são apenas palavras. Elas não podem te machucar. Se você acha que as coisas que eu escrevo são indecentes, basta não ler. Mas o problema não sou eu. São as pessoas do mundo real.

Acho que não tem coisa mais babaca do que empurrar alguém contra a parede para ele fazer algo que não quer. Coisas como “Todo mundo do nosso grupo de amigos já fez ménage, só falta a gente” são ridículas. E se você não quer fazer um ménage, pelo amor dos céus, não faça. Esse história de que estamos em pleno século 21 e blábláblá abra suas asas é só papinho. Não faça nada que você não se sente pronto para fazer. Não aceite transar no banheiro da balada porque hoje-todo-mundo-faz-e-é-super-normal se isso não normal para você.

Parece papo de mãe, eu sei. Mas eu vejo moças de 28 anos dando para caras que elas não queriam dar porque se sentiram pressionadas. Vejo caras de 20 anos aceitando o tal do ménage – que eles não queriam fazer – para impressionar o/a parceiro(a). Vejo meninas de 16 anos pagando boquete – sem nem saber direito o que estão fazendo – porque elas leram na internet que é assim que se conquista um garoto.

Tenho certeza que o sexo é libertador, mas também sei que ele aprisiona. Não deixe o sexo aprisionar você. Fale o que você gosta, mas fale mais ainda do que você não gosta. O que você não quer fazer. Os lugares que você não quer ir. E se aquela tal pessoa não quiser ficar com você porque você é fresco(a), reprimido(a) e não gosta disso ou daquilo, acredite você está melhor sem essa criatura. Muito melhor.

Sexo e falar de sexo está muito em alta. Mas não deixe a modinha definir o que serão e quando serão suas novas experiências na cama. Essa decisão é só sua.

“Ah, mas e se eu quiser expandir um pouquinho os meus limites?” Bom, nesse caso é fácil. É só continuar acompanhando meus textos 🙂

Andréa_Romão

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