Cara, por todo esse tempo tive medo de te perder e não percebi que me perdi. Me perdi de mim, das coisas que acredito, que sei que são certas e das coisas que mereço.
Talvez você nem seja um cara ruim, mas me faz mal viver submersa nessa eterna esperança de que uma hora será minha vez. Essa vez nunca chegou e nunca chegará, e mesmo que você me dissesse AGORA que a partir desse momento você me daria o que tanto quero, eu não iria aceitar. Não iria, porque não se trata do que eu quero, mas do que mereço.
Eu só queria ter você ao meu lado, que fôssemos um casal feliz, que você me assumisse. Mas merecer, eu merecia tudo isso e muito mais. Muito mais do que ligações tarde da noite, quando é notório que só me ligou porque não conseguiu nada melhor. Muito mais do que “eu adoro seu jeito”, como se isso quisesse dizer o que eu realmente gostaria de ouvir. Muito mais do que um “:D” quando eu falo de você com carinho em uma rede social.
Eu mereço ser a mulher que alguém tenha orgulho de apresentar à família e aos amigos, que alguém tenha orgulho de dizer: “Essa é minha parceira, meu amor”. Mereço ouvir “Eu te amo” antes de desligar o telefone e mereço respostas e postagens calorosas para dizer o quão feliz e bom é estar ao meu lado.
Não é pedir demais que eu só pare meu bonde para subir alguém, quando esse alguém estiver parado na minha ou quiser andar nos mesmos trilhos que eu. Quero ser chamada de namorada, de “mor”, de “minha”, não no sentido da posse, mas no sentido de proximidade e quero poder dizer: “meu” no mesmo sentido.
Não te culpo por nada. Nem a mim. Na verdade, pouco importam as culpas, porque o que mais quero é encontrar alguém que não me considere apenas uma pomba de praça, pra quem ele joga as migalhas para me ver perto. E de nada adianta ficar por perto porque, quando quero me aproximar um pouco mais, ele bate o pé pra me ver voar amedrontada. Ele não me quer. Por conta disso, acho melhor voar em outros playgrounds, onde eu não precise de migalhas como atrativo.
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