Como vão os seus demônios?


[Você pode ler este texto ao som desse cover de Demons]

Hoje foi um dia infernal. Hora após hora alguma notícia desagradável chegava pra deixar a coisa mais quente. Eu tava quase sentando e chamando o diabo pra tomar uma breja e papear sobre a vida, de tão ruim que tava a coisa. Desabafei no Twitter por falta de divã, liguei pra casa pra ouvir um “boa noite, boa sorte” da minha mãe e segui com meus demônios em festa. Dessa vez não seria fácil exorcizá-los, então teria que me juntar a eles.

A gente fala o tempo todo de lutar contra os nossos demônios interiores. Eles são a nossa parte feia, aquela parte que a gente coloca pra baixo do tapete e morre de medo que alguém conheça. São os medos, traumas, problemas que perseguem no dia a dia e dão pequenas provas de que ainda temos muito pra pagar e resolver conosco. Falamos tanto de lutar que esquecemos que os demônios, por muitas vezes, são a parte que nos faz mais humanos. E que eles também precisam de abraços de vez em quando.

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Nossos demônios passaram por muita coisa e continuam passando. Formam toda a dor e todo o sentimento – seja bom ou ruim – que a gente guardou por esse tempo todo. É nosso refúgio indelicado, cheio de espinhos, sem luz nenhuma. Mas cê já parou pra pensar em como esse tal lugar já te ajudou na vida? Se não fosse por ele, você não saberia diferenciar e apreciar a alegria, o amor, a parte boa da vida que a gente sente por aí. Se não fossem os nossos demônios, a gente nunca saberia do constraste e talvez achasse que o inferno é pra sempre. Mas não é.

Hoje foi um dia ruim, mas fiz as pazes com meus demônios. Aproveitei a festa e chorei. Chorei até secar. Abracei um por um e agradeci pela tolerância, pelo carinho em se manterem ali tão vivos na memória e na dor no peito, agradeci pela companhia também. Afinal de contas, o que seria de nós sem os nossos demônios nos lembrando que estamos sempre acompanhados do passado? Não perdi a luta, mas dancei com eles. Fizemos as pazes e a coisa toda ficou mais serena. Meus demônios voltaram pro porão e prometeram se acalmar até a próxima festa. É que às vezes, só às vezes, o caos aqui dentro precisa extravasar. E os meus demônios, assim como os seus, precisam de um abraço pra ficar tudo bem.

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