[Você pode ler este texto ao som de Carried Away]
Espera. Senta aqui. Preciso usar o meu direito de falar e preciso que você me escute.
Outro dia, quando eu tava organizando meus e-mails, encontrei um que era seu. Nele você falava de uma música que achava parecida com a gente. Foi engraçado ler e pensar que todo aquele sentimento que ela descrevia já tinha sido pensado e falado por você. E tinha sido pra mim.
Não posso negar que senti falta do que fomos.
Mas a primeira coisa que você precisa saber é que concordo em muitas coisas contigo. Eu sei que temos uma falha de estrutura, sei que de certa forma esse relacionamento está fadado ao fracasso, sei que já não temos mais paciência e nem forças pra fazer com que ele se firme novamente. Nossa paciência foi minada por conflitos. Você já não precisa repetir isso.
Quero que você saiba que eu também sinto muito a tua falta. Todos os dias. Em todos os poros.
A forma como você me magoa e não tem forças de tentar reparar o erro, parece me dizer: vai, te cuida. E te cuida sozinha porque eu não vou cuidar de você. Mas acaba voltando pra cuidar de mim.
Depois dessas semanas afastados, eu não posso chegar a você e dizer que não estou gostando dessa liberdade. Adoro poder fazer planos sem precisar que você os aprove. Pensar só por mim tem sido bom. Embora teus cuidados já não fossem mais assíduos, sinto falta de ti. Sinto falta de chegar em casa encharcada depois de uma chuva e você estar me esperando com uma toalha sequinha e um cappuccino quente. Sinto falta do teu beijo de manhã. Sinto falta de sentir teus cabelos entre meus dedos. Sinto falta de você reclamando do tempo que demoro no banho. Era um convite, sabia?! Eu sinto falta dos teus detalhes.
Eu posso te ver desistindo, mesmo quando deveria ser eu. E é covardia da tua parte me deixar aqui enquanto eu estou lutando pra fechar as brechas e evitar um naufrágio. Você diz querer estar aqui, mas o que eu preciso é sentir que você quer. Sentir que de alguma forma você também ainda acredita em nós.
Lembro o quanto foi bom, mas já não quero voltar a ser o que éramos. Não quero seguir os padrões que nos mandam. Eu quero você pra mim. Quero ir vivendo e descobrindo e gostando e me adequando. Quero te ver quando tiver vontade e poder estar aí sem cobranças, sem ciúmes, sem expectativas, sem exigências. Quero você de forma simples, sem complicação binária ou equação maluca que eu não sei resolver.
Mas no fim (ou agora), eu preciso que você me explique. Me explica se vai ou se fica, porque eu tô começando a me acostumar com a ideia de deixar a porta fechada por receio de que um dia entre um estranho ao encontrá-la destrancada. Mesmo que esse estranho seja você.
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