Eu sempre disse que o mundo seria mais bonito se todos fôssemos bissexuais, e, brincadeiras à parte, talvez seria mesmo.
Parando pra analisar friamente, não existiria esse preconceito idiota que infelizmente ainda circula por nossas ruas, interwebs e vidas (sem comentar o fato de que o leque de oportunidades iria automaticamente a 100%).
Ok, ok. Menos.
Mas eu já estou vendo, menino, sua cara de nojinho ao imaginar “outra barba se esfregando na sua”; ou você, guria, “beijando outra boca com batom”. Honestamente? E DAÍ? Preconceito não tá com nada e amor é bom quando celebrado. Não interessa se a boca tem barba ou batom: interessa se existe vontade mútua.
Bissexualidade é uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas, e cabe a cada um de nós fazer nossa parte para entender que biológica e culturalmente, nascemos homens e mulheres, seres fisicamente diferentes e definidos aos olhos da sociedade. Que em teoria, homem e mulher seriam o encaixe perfeito. Mas que o comportamento de cada um vai se moldando ao longo da vida e sofre influências psicossociais. Resultado: nem oito nem oitenta.
Novos valores surgidos a partir de grupos que se formam batendo de frente com o que a sociedade impõe ganham cada vez mais relevância no contexto social moderno. A juventude por exemplo, vê na sexualidade uma forma de dar o grito de liberdade.
“Estamos aceitando a diversidade. Permitimos que as pessoas ‘diferentes’ do padrão imposto socialmente saiam de seus casulos e assumam seus desejos. Isto é um ganho individual e social. Provavelmente, num futuro próximo, muitos dirão: ESTOU bissexual, e não SOU bissexual”, diz a terapeuta sexual Franciele Minotto. Mas, quando se trata da sexualidade, muitos ainda arregalam os olhos.
Descobrir-se bissexual é uma questão que está intimamente ligada à relação com o mundo que cada um tem. A cultura tem um papel fundamental na definição dos papéis sociais. É a partir dela que se define o conjunto de comportamentos considerados adequados às pessoas. E com a bissexualidade é a mesma coisa.
Vale lembrar que a partir do momento que o indivíduo é bem resolvido e tem coragem de enfrentar todas as críticas alheias, assumir-se bissexual ainda esbarra em aspectos pessoais, profissionais e familiares. E esta “apresentação” para o mundo pode ser acompanhada por momentos difíceis, infelizmente.
A nossa parte? Aceitar diferenças. Entender que alguém que não tem a mesma sexualidade que você, não está necessariamente errado. E que importante é todos sermos felizes com nossas escolhas. Palavras de uma hétero, que respeita (e admira) o mundo bi.
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