Já é mais de meia noite?


[Você pode ler este texto ao som de Sei – Nando Reis]

De todas as nossas lembranças, boas e ruins, a que ainda me comove é a do dia 12 de setembro de 2013.

Eu, já deitada na cama, tentando associar a ideia de que você estava doente. Me esforçando ao máximo para não questionar Deus. A gente só estava junto há pouco mais de um mês antes da bomba cair. Não conseguia dormir, quando o celular vibrou no criado-mudo. Era mensagem sua.

– Oi, baby.
– Olá…
– Já é mais de meia noite aí?

Estranhei. O hospital fica a poucas quadras da minha casa.

– Sim.
– Aqui também. Ou seja, já é dia 12. Não é mais o “11 de setembro”. E nem é sexta-feira 13. Eu gosto muito de você… Quer namorar comigo?

Você não sabe, mas eu chorei (tudo bem, agora que me conhece melhor, deve achar isso óbvio). Aceitei sem pestanejar.

Confesso que não parei para pensar nas dificuldades que estariam por vir… As restrições. Os internamentos imprevistos. A espera que tortura a paciência. Mas, apesar de tudo isso, desistir nunca foi opção.

Só queria que você soubesse que continuo aceitando te namorar. Todos os dias. Todas as vezes que seguro a sua mão. Na minha cabeça, romântica que só ela, nossos encontros sempre serão aquele instante depois da meia noite. E eu sempre vou dizer sim.

Leca

*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens utilizadas neste post não pertencem ao blog.

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