Tudo o que você precisar saber sobre Girlboss, a nova série da Netflix


 

Tudo que a Netflix produz ou é incrível ou vai ser assunto pra pauta durante as próximas semanas. Com Girlboss não foi diferente. A série estreou semana passada na Netflix e eu e mais uma legião de fãs do canal de streaming, fomos correndo começar a maratona.

Com um figurino incrível, uma protagonista jovem, San Francisco como cenário e com Ru Paul (Amém) no elenco, “Girlboss” tinha tudo pra conquistar os corações de nós, millennials. Pra quem não sabe, a história é verídica e foi baseada no livro escrito por Sophia Amoruso, a big boss da Nasty Gal. Também conhecida como uma das lojas online mais populares entre as teenagers e uma versão ctrl-c e ctrl-v dos looks do Coachella.

Acontece que a história de empreendedorismo da jovem Sophia deixou muita gente desapontada, e eu me incluo nessa. Por quê?

1.Sophia é uma péssima caricatura da sua geração.

Girlboss

Girlboss é a história de uma menina branca de classe média que largou a faculdade e não tinha nenhuma perspectiva de vida. Até que ela ficou pobre e encontrou nas roupas remodeladas de brechó uma maneira de ganhar dinheiro e pagar as contas. Até aí, nada demais. A questão é que ela é birrenta, mal criada, mal educada e antipática. “Mas aos 20 e poucos anos todo mundo é assim”. Não sei vocês, mas as pessoas incríveis que eu conheço com 20 e poucos não precisaram ser grosseiras pra chegarem aonde chegaram. E mesmo depois de todo o perrengue que ela passa, a Sophia não aprende, ela humilha metade dos personagens da série e não sabe ouvir um não como resposta. E é aí que que a gente perde toda a simpatia por ela.

2.A história da Nasty Gal fica em segundo plano

“Tá, mas a história de como a empresa dela começou é bacana né?” Até é, antes de levar um monte de processo trabalhista e de direitos autorais nas costas, a Sophia começou alterando peças vintage e fez muito sucesso no eBay. Mas essa parte da história a série não conta muito, quase tudo que está relacionado ao início do seu sucesso a série trata superficialmente. Incluindo aqui uma rixa com outros vendedores do eBay, que mais parece uma briga de escola, com diálogos rasos e personagens extremamente caricatos.

3. Empoderamento fajuto

GirlBoss

“Girlboss” “Girlpower” “nós mulheres podemos tudo” O empoderamento feminino da série não passa de blábláblá. É notável que estamos passando por um ótimo período na mídia em que as mulheres e o feminismo estão sendo muito mais valorizado do que antes. Mas também dá pra notar quando alguns produtos midiáticos pegam só carona nessa onda afim de se autopromover. O tema aqui não é aprofundado e se estende apenas a mulheres jovens, brancas, magras e de classe média, aí é muito fácil né?

Além disso, em uma das cenas da série uma feminista é estereotipada de tudo aquilo que a gente já conhece “feia, raivosa, mal amada”. De maneira que a personagem parece um cachorro raivoso que só é calado quando lhe dão comida.

4. A moda não precisa mais ser retratada dessa maneira

O mundo da moda pode ser bem cruel, verdade. Palavra de quem já esteve durante muitos anos dentro dele, viu o inferno e voltou. Mas para cada Sophia Amoruso ou Miranda Priestly nesse mundo existem 10 garotas super talentosas correndo muito atrás pra fazer seus sonhos se tornarem realidade.

Miranda Priestly

E o que a indústria audiovisual mostra é que você precisa ser grosseira, esnobe e passar por cima dos outros pra vencer na vida. Que a moda é um ambiente de gente mesquinha e surperficial. Isso cria uma cultura ao redor da indústria da moda e influencia milhares de garotas a pensarem o mesmo. E a verdade é que o meio já é opressor o suficiente pra ter exemplos como esse.

Mas se ainda assim, se você curte um bom figurino e gosta de analisar a fotografia das séries que assiste, vai fundo!

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