Tatá Werneck e Fábio Porchat não são nem um pouco engraçados


Ano passado, Fábio Porchat foi sabatinado por Andre Abujamra em seu “Provocações”, da TV Cultura, sobre a fala de Renato Aragão – “o humor na TV está engessado”. À pergunta “ele já tinha assistido seu programa?”, Fábio Porchat respondeu o seguinte: “não, mas ele já tinha assistido o dele. Com toda a certeza”.

O Tudo Pela Audiência, exibido pela multishow de segunda a sábado, às 22h30, busca justamente tirar o gesso apontado pelo ex-Trapalhão (saudades), ao fazer um programa de auditório quase igual a estes que lotam nossas televisões abertas nos sábados, domingos, e todos os dias que ficam entre eles. Quase igual, pois, a exemplo do finado Último Programa do Mundo (finado na televisão, pelo menos), o programa comandado por Porchat e Tatá Werneck é assumidamente boçal e alucinado – e, o melhor: ri da própria condição.

Possível apenas na TV fechada, o Tudo Pela Audiência abusa, de verdade, para chegar ao objetivo anunciado em seu título: tem todos os quadros dos programas concorrentes, desde o momento apelativo de suspense para deixar as mãos longe do controle remoto à anões, gostosas dançantes e revelações sexuais sobre celebridades. O programa está em sua segunda temporada e – não sei, eu não veria com os meus pais, mas cada um com suas referências – ao assistir, talvez valha chamar toda a família para assistir junto e rir das pataquadas de auditório.

Neste universo chamado “A Televisão Brasileira”, difícil achar alguém que não fez tudo pela audiência. Se fizeram bem ou não, cabe ao espectador julgar. Pensando nisso, o Entre Todas as Coisas resolveu desenterrar alguns dos momentos, televisivos e internéticos, dos dois apresentadores do Tudo Pela Audiência. Esquetes antigos, que já mostravam os caminhos que Tatá e Fábio trilhariam dali em frente. Vamos rir um pouco?

Vindo do teatro, a jovem Tatá, com seus vinte e seis anos, deu voz aos personagens mais engraçados – e livres de roteiros – de sua carreira no Comédia MTV. Escolhi essa Patrícia Poeta, por motivos de poesia divertida, mas poderia ter invocado Fernandona ou Roxane (com xis) e estaríamos rindo juntos da mesma maneira. Naquela época, a verdadeira Patrícia tinha assumido apresentação do Fantástico, da Rede Globo, e o programa da MTV não segurou a sátira. Pode ter sido ideia do Adnet, que barbarizou com o Tá no Ar, também da Globo, mas a atuação honesta e a improvisação cheia de palavras aleatórias da Tatá garante a esquete.

Porchat já despontava no stand-up algum tempo depois daquela imitação de Rui e Vani, de Os Normais, que fez no Programa do Jô. Da relação dele (e da minha e da sua) com o atendimento telefônico das empresas, surgiu Judite, que também virou recorrência nos vídeos do Porta dos Fundos. Apesar de vídeos de stand-up aparecerem aos montes em buscas no youtube, esse aqui, do antigo Anões em Chamas, é um dos mais engraçados de Fábio.

Sobre o título: é que a gente não acha os dois engraçados. Eles são muito mais que isso, são hilários.

Está na internet o futuro do humor audiovisual? Quem mais você curte acompanhar para dar umas risadas? Compartilha com a gente!

Pelvini

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