Talvez não seja a gente


Talvez não dê para continuar.

Talvez a euforia do início não seja combustível suficiente. Talvez seja demais.

Não sei se todas as festas barulhentas e corridas pelo parque ainda me animam. Talvez eu goste de ver um filme durante a semana.

Não gosto de tanta velocidade: uma vez ouvi que o que vem fácil, vai fácil. Não sei o nome dos seus pais, não sei seus hobbies favoritos, mas sei o horário que você vem me buscar para aquela sua balada favorita, onde vamos dançar, cantar e beber até amanhã cedo – caso você não insista no pernoite.

De novo, eu vou voltar pra casa cansado, com a sensação de “foi bom”, mas nunca com a sensação de plenitude. Quase não sei como você se parece iluminado pelo por do sol, nunca vi você quando acorda, não sei o que te acalma – se você alguma vez se acalma.

Não estou reclamando, nem colocando a culpa em você: talvez eu também seja bastante culpado. Talvez eu tenha me arriscado e corrido atrás de você, sem perceber os faróis vermelhos ou os avisos para diminuir a velocidade. Mas talvez eu os esteja vendo agora.

Eu entendo que você seja tempestade: que vem para alagar, balançar, transbordar e agitar. Mas eu preciso daquele sereno tranquilo, da calmaria que vem e fica, que rega as plantas, e deixa a grama verde de novo.

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