E se São Paulo se apaixonasse pelo Rio?


[Você pode ler este texto ao som de Open Your Eyes]

São Paulo e Rio formam um casal implicante que nega a atração.

Enquanto São Paulo chega na hora, o Rio espera pra ser arrumar. Mais importa ficar bonito que ser pontual. Rio tem um quê de espera enquanto São Paulo tá estressado pelo dia cheio de trabalho e pelo engarrafamento. No Rio teve engarrafamento, mas também teve Happy Hour e corrida na orla de noite. Teve uma chuvinha fina que é pros dois correrem de mãos dadas pelo Calçadão de Copacabana ou pra se esconderem debaixo de um toldo na Lapa. Rio adora as barraquinhas e aquele sentimento de liberdade quando o vento bate no rosto, sabe? São Paulo adoraria ouvir sobre as paixões do Rio e se irritaria com um sorriso com o sotaque arrastado.

São Paulo não engana e acha que o ano todo é inverno. Já se acostumou a bradar, não fala mais. É o estresse da fila do Starbucks, da fila do metrô, da fila na nova exposição super legal que você não pode deixar de ver. São Paulo não gosta de perder tempo e fala que foi ao Ibira no domingo, teve facul durante a semana e coisas do tipo. Encurta tudo, menos o que sente pelo Rio quando o vê. Sente calor e um rubor engraçado nas bochechas que anuncia como perdeu o hábito de usar chinelos, bermudas e menos roupa. O Rio despe São Paulo que, por sua vez, ensina o Rio a se vestir de noite. São Paulo não sabe, mas o Rio adoraria ver as luzes que ele acende e se perder na Avenida Paulista. Adoraria os prédios altos e os janelões de vidro lá de cima. O Rio fecha os olhos pra não cair no abismo que é São Paulo. Se caísse, perceberia que o coração da selva não é de pedra.

São Paulo desce o pau no Rio. Diz que é preguiçoso, fútil, marrento e cheio de adjetivos cacofônicos. Rio acha que São Paulo deveria relaxar um pouco e parar de pensar em dinheiro, trabalho e correria. É cilada.

Se ambos parassem pra perceber o que o outro tem a oferecer, daria um belo de um encontro.

São Paulo iria contar pro Rio sobre cultura e entretenimento e o Rio iria adorar as cores e o modo de existir em São Paulo. O Rio falaria sobre yoga, sobre o churrasco-que-nunca-sai-na-casa-dos-amigos, sobre como é bom assistir o pôr-do-sol no Arpoador e comer bem em algum restaurante à beira-mar. São Paulo iria explicar sobre o rolezinho e o rap, o Rio tentaria ensiná-lo a sambar em Madureira. São Paulo amaria o jeito doce e presente do Rio, que amaria a forma como São Paulo se mostra solitário e abraça quem chega por aqui como se fosse lar. Um beijo em trajes de banho em plena Av. Paulista selaria a união.

O palco desse amor é o aeroporto. E, ao contrário do que a gente pensa, seria paixão à primeira aterrissagem, um desses amores que não precisam de escalas.


Hey! Eu finalmente criei um canal no Youtube e ficaria muuuito feliz se você fosse lá conferir os primeiros vídeos. Só clicar aqui.

Aproveita e já se inscreve no canal porque tem muita coisa legal vindo por aí!

bovonew

*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens utilizadas neste post não pertencem ao blog. Qualquer problema ou reclamação quanto aos direitos de imagem podem ser feitas diretamente com nosso contato. Atenderemos prontamente.

-

Você também pode gostar desse assunto. Assista ao vídeo abaixo:

Comentários