Aquela hora que eu te esqueço


[Você pode ler este texto ao som de When The Lights Die]

Lá pelas três e tanto da madrugada de domingo, eu não consigo dormir. Sinto uma pontada forte no peito, como se alguma parte de mim estivesse avisando que essa é a última dor que eu vou sentir por você. E é uma droga, cara, mas eu de repente começo a perceber que vou ficar melhor assim. Sabe esse momento? Aquela hora em que a gente se toca, depois de muitas conversas inacabadas e ligações não atendidas, que não é pra gente. Alguns amores não são nossos. Nem nunca vão ser.

Fico pensando em quantas vezes te segurei aqui e não deixei nossa história acabar. Eu insisti demais, admito. Ignorei todos os sinais, implorei atenção, fiz o que eu dizia que nunca faria: mendiguei carinho. Até que a ficha cai. Tem algo de errado com um amor que precisa ser cobrado. Não tem?

Te deixar ir era me deixar ir um pouco também. Cê entende? Desistir de você era desistir de mim e do que eu queria. E eu te queria tanto, mas tanto, que não consigo nem começar a explicar. Era pra ter dado certo, sabe? E eu demorei demais pra ver que não deu certo nem no começo. Mas uma hora a gente enxerga até o que não quer. É por isso que eu escapo da sua vida ainda que você continue com o discursinho que a gente ainda tem jeito. Porque a gente não tem. Mais nada.

Lá pelas quatro, a pontada passa. Esquecer você é meio que natural depois de tudo. Desculpa falar assim, como se eu não tivesse chorado em dezenas de banheiros sujos de baladas da Augusta enquanto me lembrava de você. Desculpa por passar essa impressão de facilidade quando eu ferrei com meu fígado bebendo, quando eu pensei que fosse morrer. Mas é que eu acho que a gente tem prazo de validade pra sentir dor. Pra sentir falta, talvez não: acho que consigo sentir saudade do seu abraço pra sempre. Mas pra sofrer? Tenho a impressão de que uma hora a gente cansa. Ou talvez isto aconteça só comigo.

É que eu não tenho mais força pra pensar em tudo o que a gente poderia ter sido.

Karine

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