4 músicas brasileiras de atitude e resistência que você precisa ouvir agora


Quando se é diferente, o simples atos de ser e estar no mundo se torna uma luta diária que, se não te destrói, te faz especial. Ser e estar quando se é fora da curva do comum é um exercício cotidiano chamado: resistência.  O que não te mata, fortalece, sabe? 2015 tem sido muito bacana quando aplicado este conceito na música: gente de atitude fazendo boa arte está pipocando na internet e, melhor, deixando disponível suas faixas pra gente ouvir. O Entre Todas as Coisas separou quatro artistas que você não pode deixar passar, pra te inspirar a ser e estar na sua totalidade, em todo e qualquer lugar.

Saca só:

Liniker – “Zero”

Liniker tem talento, é inegável: sua voz chega como um cheiro no pescoço, explode no ouvido e alenta o peito. Natural de Araraquara, mas morando aqui do ladinho da minha cidade, em Santo André, não é difícil encontrar vídeos de Liniker e banda, com interpretações as mais variadas – covers, principalmente. Aparentemente chegou a hora de alçar voo independente: o EP “Cru” contém três faixas e pode ser gratuitamente baixado aqui. A faixa mais bonita e catchy, de fato, é intitulada “Zero” e lança Liniker para a zona fantasma dos corações solitários. É um soul sobre término, é sobre o amor e é, sobretudo, pura saudade. Cuidado: tem uma catarse te esperando neste play.

Elza Soares – “Coração do Mar”

“Coração do Mar” é a faixa que abre aquele que é um dos melhores álbuns brasileiros desse ano (quiçá o melhor): A Mulher do Fim do Mundo, da icônica e genial Elza Soares. Desde 2007 sem lançar algo novo, Elza se juntou com a incrível Passo Torto e outros convidados para produzir seu novo trabalho. Nesta faixa, iniciada por um poema de Oswald de Andrade – “O navio do marinheiro atraca no mangue” – a cantora grita, lamuriosa, “eu sou mulher do fim do mundo, me deixe cantar até o fim”, o que, meu queridos, para quem conhece sua trajetória, sabe que é voz de sangue, suor e luta. Corajosa e inteligente, visceral e obrigatória!

Aláfia – “Salve Geral”

Aláfia não é sobre cultura negra – Aláfia é cultura negra. O novo álbum da banda, Corpura, tá disponível no site oficial deles via soundcloud. “Salve Geral” dá, hum, o salve: “nós estamos além desse mapa, não cabemos na tua ampulheta, não vestimos tampouco essa roupa. Nossa rapa é muita treta!”, e é a realidade. Com uma letra que é pura poesia concreta, de deixar Arnaldo Antunes sorrindo e Itamar Assumpção dançando, a banda merece sua escuta pela inegável qualidade – você não escapa do choque, rapaz.

Rico Dalasam – Paz, Coroas e Tronos

Você deve ter ouvido o Rico no comecinho do ano, porque foi um buzz total em torno de sua sexualidade assumida; Rico Dalasam é gay, também. Além disso, é rapper de qualidade: faz rimas ligeiras e joga sua mensagem suavemente como quem dá a letra num sarau da periferia. Em seu single mais recente, que só não toca na rádio porque, hum, sabe-se lá por quê, ele avisa: “nada poderá tornar-nos menos pretos que somos, paz, coroas e tronos”.

E você, que tem ouvido por aqui e que considera música de atitude?

Vamos falar sobre isso? (:

Pelvini

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