La La Land é tudo isso mesmo?


Sou ansioso pra cacete, sabe? Acordo antes do despertador, morro por dentro quando o pedido no restaurante não chega no momento posterior ao que o fiz, compro ingressos com meses de antecedência. Não seria diferente com filmes que me instigam. Foi assim que começou minha história com La La Land. Já sabia do que se tratava o filme, já tinha visto alguns trailers e ouvido a trilha antes da estreia e, logo depois das 7 premiações no Globo de Ouro, eu sabia que precisava assistir ao filme.

Sou meio louco dos musicais, ao contrário de muita gente que sei que odeia o gênero. Disse que é musical, eu já tô na fila comprando ingressos. E foi por isso que dei um jeito de garimpar ingressos pra pré-estreia do longa estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone para finalmente sanar minhas expectativas com o que tava todo mundo dizendo.

Eis que…

La La Land é um filme sobre expectativas. Digo, esse não é o enredo do filme. Mas o fato de estar sendo comentado por todos os lados, por todos os críticos, por todas as premiações faz com que você deposite muita esperança nele. Nada muito diferente de alguns relacionamentos que você já teve. O grande problema é que a tal expectativa pelos motivos errados pode te fazer perder a melhor coisa de La La Land: a simplicidade.

O musical conta uma velha história conhecida nossa: casal que se conhece, tem certas desventuras e começa um romance conturbado. A diferença é que, por mais fantasia e poesia que haja nas cenas de dança, nas cenas de romance, no apego ao passado glamuroso da música e das artes, os diálogos entregam uma veracidade nua e crua. São coisas que a gente falaria pro outro durante a vida. São coisas que a gente escutaria de quem ama.

A trilha sonora do filme é devastadora. Você pode até achar que Emma Stone e Ryan Gosling não são os melhores cantores da face da Terra – e não são mesmo. Mas o contexto, as letras, a tentativa de criar algo original e mágico faz com que você fique com as músicas por dias na cabeça. Isso sem falar que é quase impossível não se apaixonar pela personagem da Emma Stone.

La La Land é um filme sobre sonhos. Sobre a nossa busca por eles. Sobre escolhas. Sobre as coisas que a gente abre mão na vida pra seguir um caminho. Sobre amores reais que nem sempre se dão bem de cara. Sobre desistir do que se ama. Sobre contar com alguém para chegar lá. Sobre o amor simples e nada romântico que é revelado nos últimos e maravilhosos dez minutos do filme.

La La Land é um filme imperfeito, de fato. E eu saí do cinema meio desapontado porque queria entender o que tinha de extraordinário por trás de atores super aclamados, prêmios importantes, direção de fotografia e música de primeira e tudo mais. Acho que eu esperava fantasia demais quando, na verdade, o filme é sobre a vida. E a gente bem sabe como a vida não é nada parecido com o que estamos acostumados a ver no cinema.

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