É, não deu certo, vida que segue


[Você pode ler este texto ao som de Don’t Let Me Down]

É difícil pra caramba admitir que, às vezes, não dá certo. Pode ter sido aquele negócio em que você depositou todas as suas energias e economias, que era o seu grande sonho de vida e que não deu certo. Pode ter sido alguém, um amor que te fez passar finais de semana numa ponte aérea complicada ou indo de um país pra outro enquanto você abandonava a sua vida por aqui, e no final das contas ele vai embora sem que você consiga entender o que rolou.

É, não deu certo.

No meu caso, esse sentimento de “não dar certo” tem se arrastado há semanas desde que escolhi seguir com algumas coisas na vida. Escolhas que a gente faz e aposta todas as fichas, coloca tudo o que a gente tem acreditando na Lei da Atração, pensando positivamente e agindo em torno daquilo como se a nossa vida dependesse daquilo. Até que as coisas vão mal, a gastrite ataca forte, a gente deixa de pensar nas coisas boas que aconteceram e só consegue pensar em como tudo está indo mal, em como tudo foi em vão, em todas as coisas que a gente perdeu, em todas as coisas que a gente abriu mão. A gente manda a positiva pra puta-que-pariu, gratidão é uma ova, e quando dizem “mas é só uma fase”, você sente vontade de mandar a pessoa enfiar as opiniões no c* dela. Só sobre frustração e fúria.

É, não deu certo.

E eu perdi a vontade de escrever com toda a paixão que eu tinha. Perdi a vontade de ir pras festas badaladas que serviam como escape pra rotina agitada. Perdi um certo gostinho pela vida porque eu depositei peso demais no lado errado da balança. Fui deixando as coisas ruins se acumularem numa bola de neve gigante que, quando eu fui ver, já tinha me engolido. Você sabe como é se sentir engolido por um problema que, querendo ou não, acaba tomando o controle da sua vida? Acho que sim. Seja esse problema afetivo, pessoal, financeiro ou de qualquer outra ordem.

Você se sente um bosta.
Eu me sinto um bosta.

Mesmo que a gente tente ser otimista, as coisas não funcionam da maneira como nós queremos. Eu tento pensar nas coisas boas, no tempo incrível que eu tive, nas conquistas que fizeram valer a pena durante o período, no trajeto pelo qual passei, nas pessoas que conheci, no crescimento pessoal que tive – e acho que é uma forma de encarar a vida. Talvez essa seja a nossa sorte: toda moeda oferece dois lados. Até pras melhores situações da vida existe um lado ruim, por que não existiria no caso oposto? Mas não é fácil. Não é nada fácil dizer que deu certo por um tempo, daí não deu mais certo e você foi obrigado a desviar o caminho da sua vida para sobreviver. Talvez você que me lê seja mais iluminado e consiga visualizar bem esse parte bonita que as sombras escondem. Espero que veja. Porque, por aqui, só sobra o sentimento de frustração e a mais completa admissão de que não deu certo, paciência, vida que segue.


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