Como levar um fora com categoria


Levar um pé na bunda é dolorido. Quase todo mundo sabe, até a Angelina Jolie. Bem vindo ao mundo! Boa parte dele é sofrimento. Mas o fato é que tudo só dói porque a gente é ignorante, bem viciadinho em uma boa fossa e adora um motivo plausível para a vitimização. A verdade é que, assim como para todos os grandes sofrimentos que assolam nossas vidas, o único ferido neste caso é o nosso ego: aquela parte burra da gente que ainda pensa que fulano gostar realmente aumenta o nosso valor. Só que não. O dia que a gente verdadeiramente conseguir se perceber como um ser completo nenhum pé fará estrago. Se bobear, corremos o risco de amar o pé, de dar uma risada podólatra frente a um fora desapegado e duro. Nada externo muda o nosso valor, só nós mesmos ao acreditar nesta ilusão da menos-valia.

Não sei se criei alguns mecanismos mentais por defesa contra o sofrimento nos relacionamentos ou se realmente todas as células do meu corpo tiveram acesso a algum tipo de conhecimento alienígena bizarro. Sim, porque eu sei que minhas ideias no campo dos relacionamentos não são deste mundo, mas são muito oportunas. Vai vendo…

1- Quem em sã consciência no ano de 2015 ainda tem tempo de ficar fazendo joguinhos de sedução do gênero: fingir-que-tô-cagando, esperar-três-dates-pra-dormir-junto, só-ligar-quando-ele-liga, demorar-mais-de-30 minutos-para-responder-o-whatsapp? Eu não consigo. Tenho urgência de viver. Sou intensa. Passo horas conversando. Posso jogar pro alto minha agenda da semana e sair em uma road trip amanhã. Se o cara ficar nervoso com isso, bem… para mim já fica claro que não é o cara pra mim, porque o cara pra mim também seria intenso. Então eu mando uma mensagenzinha de efeito (pra deixar boas lembranças) e coloco o vulcão em extinção. Mas, juro, leva uma questão de 30 minutos para eu dar um reset na CPU. Normalmente aí os desgraçados se encarnam. Já é meio que tarde demais, mas às vezes eu dou uma nova moral… só pra constatar mais pra frente que realmente não era o cara pra mim. Mas tem uns que são divertidos para passar um tempo. E a vida é feita de momentos.

2- Se o cara não é completamente apaixonado por mim, quase que automaticamente quem não quer ele sou eu. Porque o cara que eu quero pra mim é completamente apaixonado. Ele não questiona se a fulana bunduda é mais gostosa ou se a beltrana-moça-de-família daria um melhor partido. Ele não estaria comigo por nenhuma destas razões. Então pra que quebrar a cabeça com isso? Pra que sofrer? Eu não perco nem 5 minutos aí. Acho isso tão óbvio. Meu coração foi escolado para ser assim. Se eu já sei que não vou ser feliz, pra que ir além?

3 – Se o cara não liga no dia seguinte, eu super compreendo. Se eu fosse homem, eu seria especialista em xavecos para levar mulheres para a cama. Eu inventaria histórias das mil e uma noites. Eu juraria amor eterno, abriria todas as garrafas de champa. Isso é simplesmente um homem sendo um homem, suprindo suas necessidades. É uma questão de Maslow, de natureza. Se realmente houver uma conexão entre as duas pessoas, ele vai ligar no dia seguinte, e no outro e no outro. Quando existe conexão real, nenhuma destas regrinhas tolas importa. A gente fica inventando desculpas para disfarçar a falta de conexão real, ponto. O que acontece é que, às vezes, estamos tão carentes que queremos acreditar em uma conexão que não existiu. Tudo bem também, mas não se conte a história da carochinha por muito tempo, porque este é o tempo que você poderia estar vivendo algo VERDADEIRO.

Tenho mil outras teorias que vou deixar para outros textos, mas levar um fora com categoria é, portanto, saber da sua grandeza. Não acreditar que o fato de que alguém que você quer não te queira muda milimetricamente o seu valor. É saber ter dignidade. É abrir o coração de novo, e de novo e de novo, sem medo de se machucar. O machucado quem faz é você quando acredita nessa balela. A gente dá uns, leva uns (foras). É a vida. É assim pra todos, até os mais gatos e perfeitos!

Tempo, lugar e pessoa: para qualquer relacionamento significativo acontecer, estas três coisas precisam estar alinhadas. Quando estiverem alinhadas, tudo acontecerá naturalmente, sem esforço de nenhuma parte, sem dramas desnecessários. Então relaxe. Liberte-se. Alinhe-se. O primeiro passo para qualquer coisa dar certo é você consigo mesmo(a). É o óbvio, como tudo o que é verdade.

Nota do Editor: Alana não é só uma escritora de mão cheia que traz diálogos sobre o cotidiano. Ela também é uma mulher que decidiu buscar a vida dos seus sonhos recalculando sua rota e resolvendo que iria ser feliz a qualquer custo. Para isso, tornou-se uma nômade digital e busca a felicidade viajando o mundo. Lançou seu livro contando sua trajetória e dando dicas pra você que também vive procurando por algo que não sabe o que é ir atrás do que ama. Quer dar uma olhada no livro da Alana? Clica aqui.

Alana

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