A primeira vez em que olhei para ela


[Você pode ler este texto ao som de Suspended]

A primeira vez em que olhei para ela foi como encontrar um grande farol de luz numa noite escura. Tão forte e tão brilhante que me faz esquecer do quanto eu estive perdido esse tempo todo. Me encontrei e logo me perdi nela, dessa vez, por vontade.

Não foi amor à primeira vista, foi mais. Foi ver nela todas as histórias que eu já li. Foi ouvir todas as músicas antigas que só ouvia quando ainda acreditava de verdade nas coisas boas do mundo, foi revisitar os lugares onde eu realmente pensei que seria feliz um dia.

Foi enxergar, refletidas nela, todas as poesias que eu ainda não escrevi.

É como se eu estivesse suspenso, caindo constantemente e só os lábios dela me salvassem do tombo fatal. Ela é ar, fogo e todos os outros elementos que possam me formar. Ela é escolha certa que justifica todas as erradas, o perdão que eu preciso dar a mim mesmo.

Às vezes, não sem muito esforço, consigo tirar os olhos dela e as cores se perdem. É como se eu sofresse de algum daltonismo impossível, onde não só o verde e o vermelho, mas todas as outras se negassem a ser presentes sem ela.

Uma vez, li em algum lugar que a felicidade é algo abstrato, aforme e subjetivo, mas é impossível concordar com isso quando toda a minha cabe no espaço exato de um abraço.

Ela é a minha inspiração, é meus dedos, é as teclas que batem no papel, a tinta, a marca. E eu, que sempre acreditei ser bom com as palavras, passo noites e noites insone, tentando colocar no papel tudo que sinto por ela. Falho. No fim, as palavras não se mostram capazes de traduzir tanto sentimento. Porque, afinal, nem toda poesia é feita de palavras.

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