Não nasci pra ser contatinho de ninguém


[Você pode ler este texto ao som de No More Sad Songs]

Quem nunca foi usado para satisfazer o prazer de alguém que poste a primeira indireta no Facebook. Todos nós já fomos vítimas de “saudade seletiva”, aquela que bate quando o tesão aperta e a pessoa do outro lado do WhatsApp sabe que é jogo certo para transar e tchau. E ela nem liga pra ter que fazer um discurso sobre como tu és legal, gostoso(a), lindo(a), interessante, inteligente e blá blá blá.

É comum que, em algum momento da vida, a gente se sinta um completo imbecil por causa de alguém que fez isso conosco. Aceitamos migalhas de amor e afeto como se fosse algo normal, ou melhor, como se aquilo estivesse de acordo com a reciprocidade que acreditamos merecer de um ser humano. Agenda lotada, problemas pessoais, enfim, qualquer coisa que não precise de muita justificativa ou interesse para manter um contato intermediário entre sexo e o sumiço completo.

O problema de quem gosta de transar no escuro é que esse tipo de gente nunca deixa claro aquilo que quer. As intenções podem não ser recíprocas, mas elas fingem muito bem enquanto te abraçam antes de tirar a roupa. Depois disso, nós somos vencidos pelo cansaço de insistir, pode não parecer, mas fazer origami com papel de trouxa é algo que termina com a paciência de qualquer um. A partir daí, tomamos conhecimento sobre quem somos e aquilo que queremos. É incrível porque aprendemos a importância da frase “você aceita o amor que acha que merece” (As Vantagens de Ser Invisível). A vida é muito curta pra perder tempo se lamentando por miséria.

Sexo é bom, claro que é, mas reciprocidade, carinho, respeito e parceria é maravilhoso, se é que vocês me entendem. É questão de fazer questão, de se importar, de perguntar como foi o dia, sair para jantar ou ir ao cinema, de tirar foto esquisita de casal, mesmo que seja pra deixar apenas no telefone. É isso, não 2 horas dentro de um quarto e 2 semanas sem dar um mísero sinal de fumaça.

Casualidade não é um problema, desde que seja admitida e de comum acordo entre ambos. É aquela velha história do “fode comigo, só não fode minha vida”.

No final das contas, nós ainda somos pessoas interessantes para quem quiser conhecer melhor, para bater papo com o sogro num churrasco de domingo, dividir as contas no final do mês e o edredom no final de semana. Somos legais demais para sermos tratados apenas como um contatinho.

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