Nem todo relacionamento é sobre “ficar”


 
Na maior parte das vezes os nossos relacionamentos são construídos da expectativa de se encontrar alguém que 1) nos faça feliz, 2) nos faça completos e 3) fique com a gente “para sempre”. Isso pode ter vindo dos contos de fada, das instituições religiosas que não permitiam a separação ou dos filmes e livros de romance onde, por mais que alguém vá, volte.

Eu passei a esperar por isso, a minha mãe também, meus amigos e eu aposto que você. E é uma utopia maravilhosa, até que ela não dá certo e a gente se encontra frustrado, com ódio do mundo que ‘mentiu’ pra gente e do nosso parzinho que, poxa, porque não ficou?

Numa geração de efemeridades e urgências, a gente se apega demais à uma ideia do que pode vir a ser acima do que, de fato, é. O problema nisso tudo é que a gente esquece de algumas coisas importantes no meio do caminho, na sede de chegar rápido num “final feliz” que pode talvez não chegue. E o erro mais importante é não se preocupar com o meio.

Os relacionamentos não deveriam ser sobre quanto tempo duram e sobre um possível para sempre, eles deveriam ser sobre realidade. Intensidade. Sobre a forma que marcam e sobre as lembranças que deixam. Não é sobre ele ir embora, é sobre ele ter sido importante o suficiente para ficar guardado na gente com o gosto da lembrança boa. É entender que as pessoas precisam crescer, evoluir, e talvez esse amor não esteja preparado para ficar do seu lado, mas isso não significa que você não é bom.

Isso significa que os relacionamentos servem para nos trazer lições, e se negar a aceitar isso após um término é compreensível, mas pequeno. Não é porque não deu certo agora que você precisa enfatizar a falta. É saber que você também pode ir embora, porque o mundo é grande demais e as possibilidades estão aí. E é notar que cada relacionamento te transforma de algum jeito: você cresce, você amadurece, e acima de tudo, fica mais forte.

Não é sobre a folha que secou, mas sobre as folhas que foram embora para que outras coloridas nascessem no lugar. É sobre florescer, e saber perceber isso é a lição mais valiosa. Porque em algum momento, você vai cruzar por aquele amor antigo na rua e sorrir pra ele. Não por ainda amar ou por querer que volte. Mas por reconhecer que você alcançou um lugar melhor, e que por mais mágoas e tristezas que a partida tenha deixado com você, as lições também te levaram para longe e você alcançou algo que te faz mais feliz.

E porque a única coisa que deve ficar, sempre, é você. E daí você vai pra onde for preciso, para se reinventar e se encontrar de novo.

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