Você precisa conhecer American Crime Story


American Crime Story é uma série que retrata crimes reais. Ela é transmitida pelo canal FX e aqui pelo FX Brasil.

O formato de antologia da série já chama a atenção (isso quer dizer que o elenco e história são diferentes a cada temporada assim como American Horror History). Scott Alexander e Larry Karaszewski criaram a série. Já a produção fica por conta de  Ryan Murphy (de American horror story) que também dirige o primeiro dos dez episódios da série. Cada temporada apresentará uma história diferente. Não dá pra dizer como será a segunda temporada, um exemplo dessa incerteza é a série Narcos. Ela ia ter só uma temporada do Pablo Escobar e ia acabar ali, sendo as próximas temporadas para retratar outros traficantes famosos. Como o sucesso de Wagner Moura como Pablo foi muito grande, resolveram voltar com (yo soy) Pablo Escobar.

Pela wikipedia, a segunda temporada de American Crime Story será sobre o que aconteceu depois do furacão Katrina.

A série estreou no dia 2 de fevereiro de 2016 e a primeira temporada leva o subtítulo de “O povo vs. O.J. Simpson”. O foco é a história do julgamento por assassinato que o ex jogador de futebol americano O.J. Simpson passa. Ele foi acusado em 1994 pelo assassinato de sua ex-esposa Nicole Brown e do amigo dela, Ronald Goldman, ambos mortos a facadas. O.J. foi absolvido após um julgamento muito longo, que recebeu um destaque enorme da mídia na época. E o seriado é também baseado no livro The Run of His Life – the People vs. O. J. Simpson.

O 1º episódio de ‘American Crime Story’ foi visto por mais de 5 milhões de pessoas nos EUA. É a maior audiência na história do FX para a estreia de uma série.

O elenco da primeira temporada é sensacional. Seeeeeeeensacional. Gostava de Friends? Pois bem, o David Schwimmer (mais conhecido como Ross) interpreta Robert Kardashian – sim, o pai das irmãs Kardashian-  que além de amigo se torna advogado de O.J.. Quem interpreta O.J. Simpson não é ninguém menos que Cuba Gooding Jr.. Seu advogado Robert Shapiro é interpretado por John Travolta. Ainda temos a querida Sarah Pulson (de American Horror Story, como várias personagens ótimas) interpretando a promotora Marcia Clark.

O bacana da série é que ela conta a história através da perspectiva dos advogados que conduziram o caso. A repercussão foi tanta que os advogados acabaram ficando famosos. Outro ponto importante são as conduções de acordos feitos informalmente e as manobras conduzidas por ambos os lados envolvidos. É importante lembrar que dois anos antes do crime, aconteceram os Distúrbios de Los Angeles quando um júri composto apenas de pessoas brancas absolveu oficiais do Departamento de Polícia de Los Angeles, três brancos e um hispânico, acusados ​​de agressão contra o motorista negro Rodney King após uma perseguição em alta velocidade. A agressão dos policiais foi filmada. Milhares de pessoas na área de Los Angeles se revoltaram ao longo dos seis dias após o veredito provocando um conflito racial. A revolta foi tamanha que o prejuízo financeiro passou de mais de US$ 1 bilhão. Pois é.

Já nos primeiros episódios ocorre o assassinato e o desenrolar das atitudes e atropelos de O.J. bem como a negligência policial por medo de uma possível revolta da população negra, que tinha o ex jogador como um ídolo e inspiração.

Quando é orientado pelos advogados a se entregar – já que os testes científicos efetuados ao material recolhido durante as buscas policias continham evidências mais do que suficientes para incriminá-lo –  O.J. simplesmente desaparece, deixando uma carta de suicídio com Kardashian. Não demora muito para perceber que ele está em fuga e uma perseguição policial a O.J.  ganhou total cobertura da mídia e dividiu as atenções com os eventos desportivos que aconteciam, como a abertura da Copa do Mundo FIFA e o quinto jogo das finais da NBA entre New York Knicks e Houston Rockets. Eram tantos helicópteros cobrindo os 96km de fuga, que nos lares dos norte americanos os aparelhos de tv trocavam de canal o tempo todo devido a interferência. E dá pra ter uma noção do tanto que o pessoal ficou puto por não conseguir acompanhar direito os seus eventos esportivos favoritos (vale lembrar que a World Wide Web foi criada em 1992 e a internet não era a mesma de hoje em dia).

A atuação de Cuba Gooding Jr. está impecável, mantendo a dúvida sobre o assassinato e sobre seu caráter também – apesar de tooooodas as evidências contra ele. Não preciso nem dizer que John Travolta está maravilhoso como Shapiro e Ross manda muito bem como o progenitor do clã Kardashian. Além disso a corrida dos promotores para pegar o ex jogador é bastante acirrada, principalmente com as limitações que a polícia teve para tratar o caso.

Há alguns áudios de Nicole Brown Simpson pedindo reforço policial porque O.J. estava fora de controle. Você pode ouvir uma das gravações da polícia que está no terceiro episódio clicando aqui .

O.J. também escreveu um livro a respeito, chamado “If I did”, o qual tem descrições muito precisas de como ele teria matado sua ex-esposa e o amigo dela, quase arrancando a cabeça de Nicole tamanha violência dos golpes. A frieza foi tamanha ao descrever o “possível” crime no livro, que ele teve que ser retirado das livrarias e o equivalente a mais de 400 mil cópias foram descastardas (uau). Um dos donos da editora precisou pedir desculpas publicamente pelo ocorrido.

Se você gostou de “How to get away with murder” da Sony você provavelmente vai gostar muito de American Crime Story. Ele também é uma ótima pedida para quem acompanha no Netflix o seriado Making a Murderer, que tem feito bastante sucesso e também se trata de um caso estadunidense de bastante notoriedade, mas nesse caso o personagem principal é acusado de assassinato duas vezes, mesmo com provas bastante sólidas de que ele não tinha envolvimento (dica).

CURIOSIDADES DO JULGAMENTO DO ASSASSINATO:

– Foram ouvidas 133 testemunhas.

– A palavra sangue, a mais citada, foi pronunciada 15 mil vezes no julgamento.

– Aconteceram 16 mil objeções durante o julgamento.

– Os autos tinham 50150 páginas e um total de 1 milhão de linhas escritas.

– Vinte milhões de pessoas assistiram ao julgamento pela televisão. O anúncio do veredicto bateu o recorde de audiência da chegada do homem à Lua e do funeral do presidente norte-americano John Kennedy, recordes antes quebrados em abril de 1973 com o show de Elvis Presley no Havaí.

– A promotora Marcia Clark foi quem mais falou no julgamento: 37 mil palavras. Em segundo lugar, ficou o principal advogado de defesa, Johnnie Cochran, com 33 mil palavras.

– Durante o julgamento, o ex-marido da promotora Marcia Clark vendeu para a imprensa sensacionalista fotos em que ela aparece com os seios nus.

– O advogado de Simpson, Johnnie Cochran, foi acusado pela ex-mulher, de tê-la espancado com freqüência. Ele era também advogado de Michael Jackson.

– Robert Kardashian e Johnnie Cochran, advogados de O.J., tiveram câncer e morreram. Shapiro nunca mais entrou em outro caso criminal.

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