Eu amei te ver


[Você pode ler este texto ao som de Eu Amei te Ver]

Espero que você tenha chegado bem em casa e veja logo essa mensagem, não falei na hora de me despedir porque eu coro, preferi manter a serenidade e deixar pra depois, mas eu gostei de ter te visto hoje. Gostei de conhecer um pouco mais sobre você e todas aquelas coisas que você me falou sobre o teu sobrinho, dava pra perceber como você é apaixonada pela família e pela fotografia e isso fica registrado na retina dos teus olhos, como se você também me fotografasse. Gostei de te ouvir falando sobre skate e sobre as férias em Alagoas e sobre a prova que vai rolar na semana que vem e como você tá nervosa com tudo isso, mas fica calma, vai dar certo, eu ligo pra saber como foi. Gostei como não gostava fazia tempo de um encontro, aquela coisa da gente sentar na mesa e ir bebendo, ir ficando bêbado e soltando com mais naturalidade tudo aquilo que nem pensou em dizer. Porque eu ensaio, você ensaia, todo mundo ensaia o que quer dizer, qual parte que a gente quer mostrar, daí edita, pesa na balança, vê se vale a pena, é como se a gente tivesse se vendendo pro outro. Mas não teve venda, dessa vez foi troca, dessa vez foi toque. Gostei de ter levado um choque quando encostei em você, gostei do susto por ter queimado a língua com o café forte – e eu nem gosto de café, mas achei bonito pedir depois do jantar -, gostei de como você nem reparou nos meus quilos a mais, ou reparou e não ligou.

É que eu amei te ver.

Fiquei com receio de dizer isso porque é a primeira vez em muito tempo que alguma coisa grita aqui dentro em letras garrafais, nem precisei de óculos, embora tivesse uns quatro graus de miopia. É como se você tivesse me visto sem desfoque, mesmo que não tivesse com lentes, mesmo que tivesse atravessado correndo o semáforo da Avenida Atlântica porque não tinha certeza que ia chegar a tempo. Eu tomei um susto, confesso. Não porque você acelerou, mas porque eu acelerei. Bateu tudo aqui dentro, num ritmo diferente do meu tambor de carnaval, bateu como se eu fosse um menino de 12 anos esperando você entrar no MSN, com o subnick preparado pra te dizer como eu amei te ver. Bateu e agora eu sou um brado retumbante e o meu hino é puro samba, eu sou teu mestre-sala e você porta a bandeira de quem chegou até a Lua e fincou a haste no meu peito: você me conquistou. Queria que essa noite fosse bossa, fosse jazz, fosse um funk batidão pra fazer barulho, mas só rio, sou tímido e tô nervoso, nem sei o que tô fazendo tão tarde aqui te escrevendo isso, só sei que sinto. Sinto essa coisa que tava aqui dentro o tempo todo e parece que acordou agora, sinto muito se tô parecendo maluco, mas aprendi que a gente não pode deixar ir embora quando mexe tanto, quando faz maremoto na gente em plena praia de Ipanema. Enfim, talvez seja o vinho, talvez seja só verdade mesmo. Avisa quando chegar em casa, te mando um beijo, te desejo boa noite, te desejo boa vida e boa sorte pra gente, meu bem.


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