Tudo o que eu queria


Queria ter cruzado mais de duas vezes com você quando desci na escada do metrô e tive aquele choque. Sabe aquele choque que segura a gente por alguns segundos, como se a vida tivesse passando em câmera lenta e a gente não tivesse atrasado pra chegar no trabalho ou correndo pra encontrar alguém? Pois é. Foi assim que me senti.

É no metrô, talvez no ônibus e nas ruas, em um monte de lugar que me sinto assim. Sinto como se cruzasse com você e não soubesse, já disse pra mim mesmo que já te encontrei e nem sonho, ou sonho, pra dizer a verdade. É que a cidade embrenha a gente numas entranhas ramificadas e eu nunca sei se deveria aparecer na linha verde ou na azul pra esbarrar em você hoje. Nem sei se deveria desligar o iPod ou baixar meu livro novo ou parar de usar óculos escuros ou será que se fosse destino mesmo a gente saberia?

Acho que já te encontrei de verde enquanto eu ia de azul. Nós sempre encontramos, mesmo que seja difícil memorizar seu rosto. Te encontrei quando você andava de costas e quis perguntar teu perfume, te encontrei dizendo bom dia pro cara do café-com-leite.

Café-com-leite. É exatamente assim que eu me sinto. Sem perigo, à deriva, como se eu fosse pequeno e tudo ao redor fosse grande demais, escuro demais. Tudo me esconde e eu não encontro você. Mas busco. Te busco todos os dias, te busco no meio das multidões e sei que no exato momento em que puser os olhos no seu rosto eu vou saber que é você. Te busco e acho que sou desatento, porque já foram uma ou treze vezes e ainda não descobri o seu nome. Até baixei o Happn pra descobrir. Vai que a gente se cruza sem estar perto, num mapa cheio de calos que mostra que eu passei, outros passaram, mas a gente ainda pode se achar.

Tudo o que eu queria é que a viagem de casa-trabalho-academia-cada-de-novo não fosse em vão. Queria acordar hoje e dizer que vou escrever um filme, te pego pela mão pra dirigir comigo, só não anda em marcha ré, meu bem. Anda sempre pra sempre e me dirige, eu esboço o roteiro e a gente arma uma cena bonita, um script numa estação de metrô da paulista. Eu desço e você sobe, a escada rolante para e a gente finalmente para de se esbarrar. Quem sabe um dia isso aconteça. Era tudo o que eu queria.

De vez em quando a gente precisa de uma mãozinha pra acertar no esbarrão

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Foi assim que eu descobri o Happn, como meu personagem cita no texto. Sem blá, blá, blá, sem muito floreio, ele é uma rede social pra gente encontrar amores de metrô, de busão, de rua. Gente que já passou e que ainda vai passar pela gente. Gente que talvez more no nosso bairro ou trabalhe no mesmo prédio e a gente não viu porque tava distraído, mas não custa nada tentar, né?

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Eu tenho usado o Happn por aí, sou esperançoso, vai. Você anda e ele mostra quem passou por você. Você vê um pouco da pessoa e decide se gosta dela ou não. Ela gosta de você e aquele esbarrão vira um café. Quem foi que disse que não existe amor nos tempos de 4G?

Tudo o que eu queria era te encontrar e tô tentando. Até pensei em te escrever isso tudo hoje no metrô, mas não cruzei com você hoje. Nem aqui, nem no Happn. Talvez você que me lê tenha mais sorte que eu. Talvez a sua viagem pra casa hoje não tenha sido em vão. Quer saber? Clica aqui pra baixar o Happn e tentar. Ajudar um pouco o destino nunca é demais. Nunca. 😉

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